Fragmentos de David I

“Nosso tempo neste planeta é limitado, de modo que faz sentido tentar usá-lo sabiamente, de uma maneira que resulte em algo pessoalmente significativo. E vários estudos mostram que ter um senso bem estabelecido sobre o que é importante para si mesmo conduz a uma maior felicidade, bem como a uma saúde melhor, um casamento mais sólido e um maior sucesso acadêmico e profissional. Os participantes de um desses estudos, que confirmaram apenas um valor essencial, reagiram melhor a alertas a respeito de possíveis problemas de saúde (e expressaram com mais vigor sua intenção de lidar com eles seguindo em frente) e foram mais tolerantes com visões de mundo de diferentes culturas.

Quando fazemos escolhas baseadas no que sabemos ser verdade para nós mesmos em vez de guiados por outras pessoas que nos dizem o que é certo ou errado, importante ou excelente, temos o poder de enfrentar praticamente qualquer circunstância de uma maneira construtiva. Em vez de ficarmos envolvidos em fingimentos ou comparações sociais, podemos avançar confiantes, a passos largos.”

Susan David em “Agilidade Emocional”, pág. 139.

Marcelo Mello

Fragmentos de Charan V

“Se a passagem para que você está designado fornece recompensas e desafios suficientes em relação às suas habilidades, não busque a próxima passagem enquanto não entender totalmente o que será esperado de você. Evite passar o final de sua carreira fazendo um trabalho de que não gosta só porque lhe ofereceu mais status, dinheiro ou poder. Uma boa combinação entre desafio e habilidades é a melhor oportunidade de felicidade, bem como de sucesso no emprego.”

Ram Charam em “Pipeline de Liderança”, pág. 150.

Marcelo Mello

Fragmentos de Charan IV

“Talvez o melhor meio de medir o progresso no desenvolvimento seja procurar sinais de maturidade. Há muitos sinais possíveis, mas a maturidade também pode ser medida pelo desenvolvimento de traços como humildade. Um líder maduro não precisa ser um especialista em cada área funcional (na verdade, isso nem é possível) e está disposto a admitir que outros sabem mais do que ele – e a aprender com essas pessoas. Líderes maduros também reconhecem que, para ter sucesso, é preciso obter a cooperação dos outros. Para tanto, eles delegarão, comunicarão e se certificarão de que as informações fluam de forma uniforme e rápida. Por fim, um sinal claro de maturidade é abrir mão da mentalidade de feudos. Quando os feudos dominam, as divisões e subdivisões funcionam isoladamente, sem cooperação. Embora a gerência procure derrubar esses feudos, as atitudes antigas persistem. Líderes maduros se afastarão de uma dedicação limitada à sua divisão e adotarão uma filosofia de negócios mais integrada.”

Ram Charam em “Pipeline de Liderança”, págs. 93/94.

Marcelo Mello

Fragmentos de Charan III

“Gestores funcionais precisam dominar uma variedade de habilidades relacionadas ao ato de escutar. Por exemplo, precisam ser capazes de escutar não apenas o que é dito, mas também o que não é dito. Precisam estar alertas para temas que são evitados e para hesitação em abordar um problema específico. Precisam também ser capazes de interpretar sistemas de referência – isto é, perceber que cada pessoa em uma conversa possui um conjunto de pressupostos e experiências específico que molda o que é dito. Isso é particularmente verdadeiro quando se trata de avaliação. Uma pessoa pode dizer que os resultados são excepcionais, enquanto outra vê esses mesmos resultados como medíocres: tudo depende do sistema de referência delas. Gestores funcionais aprendem a levar esses sistemas de referência em conta durante as conversas para evitar interpretações equivocadas.”

Ram Charam em “Pipeline de Liderança”, pág. 89.

Marcelo Mello

Fragmentos de Charan II

“Gerentes de gestores que não valorizam as responsabilidades de seleção podem acabar recompensando amigos e clones. Somente quando percebem que não estão apenas escolhendo sua equipe, mas também semeando o campo da liderança da organização, é que começam a valorizar a seleção. Também observamos que a seleção é um problema para alguns gerentes de gestores que detestam fazer distinção entre as pessoas. Eles se sentem constrangidos em escolher alguém e, por inferência, dizer aos demais: ‘Vocês não são bons o suficiente.’ Gerentes de gestores também precisam reservar tempo para que a seleção seja eficaz. Escolher um clone ou um amigo consome bem menos tempo do que observar pessoas em papéis gerenciais ‘de teste’. Mas, se eles não dedicarem tempo a isso, não conseguirão obter os conhecimentos necessários para fazer escolhas inteligentes.”

Ram Charam em “Pipeline de Liderança”, pág. 72.

Marcelo Mello

Fragmentos de Charan I

“Na maioria das tarefas de desenvolvimento, os papéis são mal definidos ou mal avaliados. É raro haver definição de conteúdo específico. O Acréscimo de valor esperado não é estabelecido e a relação com os resultados gerais fica a cargo da imaginação. Os modelos de competência dão ênfase à atividade, não aos resultados, gerando avaliações enganadoras. Também constatamos que, sob muitos modelos de desenvolvimento existentes, os líderes aprendem a pensar sobre cargos em termos de territórios – os que eles controlam. Essa noção levou a surgimento de feudos, que excluem as ideias dos outros, e também à ausência de trabalho em equipe e motiva os líderes a se concentrarem nos detalhes (que outros deveriam controlar) e a se ocuparem com questões imediatas em vez de com metas futuras.”

Ram Charam em “Pipeline de Liderança”, pág. 10.

Marcelo Mello

Resenha do livro “Aprender a viver” de Luc Ferry

Caros amigos,

seguramente “Aprender a viver” foi uma das obras mais interessantes e enriquecedoras que tive o prazer de ler nos últimos anos. Trata-se de uma espécie de curso introdutório à filosofia, sem que isso resulte, de forma alguma, em um texto superficial ou simplista.

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Usando uma linguagem extremamente acessível e compreensível, o filósofo francês Luc Ferry materializa o argumento de sua colega, a filósofa brasileira Viviane Mosé, a qual defende que aquele que realmente detêm conhecimento não precisa fazer uso de vocabulário difícil mas, ao contrário, esforça-se para se fazer entender mesmo ao mais leigo e humilde de seus interlocutores. Ao longo de pouco mais de 200 páginas, Ferry apresenta ao leitor um instigante panorama da história da filosofia, destacando cinco grandes marcos: o estoicismo, o cristianismo, o humanismo, a filosofia pós-moderna de Nietzsche e as possibilidades da filosofia contemporânea.

“… a irreversibilidade do curso das coisas, que é uma forma de morte no interior mesmo da vida, ameaça-nos de sempre nos arrastar para uma dimensão do tempo que corrompe a existência: a do passado, onde se instalam os grandes corruptores da felicidade que são a nostalgia, o arrependimento e o remorso.”

O Estoicismo (e sua busca pelo justo lugar no seio da ordem cósmica) é apresentado pelo autor como um exemplo da antiga filosofia, a qual tem na prática do não apego e na salvação expressa por meio da reintegração ao cosmos (e, portanto, anônima e impessoal), duas de suas características mais marcantes.

Na sequência, o autor nos fala sobre como o Cristianismo suplantou a filosofia grega, ao oferecer um tipo de salvação muito mais sedutor, por meio de uma cobiçada imortalidade pessoal. Para alcançá-la, é preciso de ter a “humildade” de abandonar a razão em prol de uma confiança inabalável num Outro,  bem como adotar o amor ao próximo como marco moral.

“Enquanto os estoicos nos apresentavam a morte como a passagem de um estado pessoal a um estado impessoal, como uma transição do estatuto de indivíduo consciente para o de fragmento cósmico inconsciente, o pensamento cristão da salvação não hesita em nos prometer categoricamente imortalidade pessoal.”

Ferry também nos fala sobre o Humanismo, considerado um marco da filosofia moderna, na medida em que desconstrói os alicerces do cristianismo e coloca o mundo em busca de novos referenciais. Neste novo contexto, cabe ao homem construir sentido em um mundo caótico.

“A nova filosofia torna tudo incerto

O elemento do fogo está completamente extinto

O sol se perdeu, e a terra; e ninguém hoje

Pode mais dizer onde encontrá-la […]

Tudo está em pedaços, toda coerência desaparecida.

Nenhuma relação justa, nada se ajusta mais.”

Versos de John Donne, 1611

O autor apresenta também as ideias da pós-modernidade filosófica, destacando o papel de Friedrich Nietzsche e sua agressiva filosofia de desconstrução, a qual, entre outras coisas, atacou com firmeza os conceitos de humanismo e nacionalismo oriundos da filosofia moderna. Sua crítica aos ideais e à transcendência é aguda e implacável, tão instigante quanto sua proposta de eterno retorno.

“Se, em tudo o que você quer fazer, começar perguntando: ‘Tenho certeza de que desejo fazê-lo infinitas vezes?’, isso se tornará o centro de gravidade mais sólido para você… Eis o ensinamento de minha doutrina: ‘Viva de forma a ter de desejar reviver – é o dever -, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele para quem o esforço é a alegria suprema, que se esforce! Aquele que ama antes de tudo o repouso, que repouse! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!’ Essa doutrina é suave para aqueles que nela não têm fé. Ela não tem nem inferno nem ameaças. Aquele que não tem fé não sentirá em si senão uma vida fugidia.”

Friedrich Nietzsche

Por fim, Ferry nos apresenta a filosofia contemporânea e seu profundo desafio de busca por um caminho depois da aguda desconstrução promovida por sua antecessora pós-moderna. O impacto das questões apresentadas por Nietzsche não são passíveis de descarte ou esquecimento. Neste contexto, o pensamento filosófico contemporâneo percebe-se em uma encruzilhada entre tornar-se uma “disciplina técnica” nas universidades ou dedicar-se a pensar o humanismo pós desconstrução. Neste contexto,  há um repensar da transcendência e da salvação à luz de um humanismo secularizado.

“…essa sabedoria do amor deve ser elaborada por cada um de nós e, sobretudo, em silêncio. Mas acredito que devemos, à margem do budismo e do cristianismo, aprender, enfim, a viver e a amar como adultos, pensando, se necessário, todos os dias na morte. Não por fascinação mórbida. Ao contrário, para procurar o que convém fazer aqui e agora, na alegria, com aqueles que amamos e que vamos perder, a menos que eles nos percam antes. Estou certo de que, embora eu esteja infinitamente longe de possuí-la essa sabedoria existe e constitui o coroamento de um humanismo, enfim desembaraçado das ilusões da metafísica e da religião.”

Luc Ferry nos brinda com uma obra riquíssima e acessível, que nos permite avançar um pouco mais no conhecimento do fascinante universo da filosofia e seus instigantes pensamentos e reflexões fundamentais à compreensão da humanidade.

Grande e fraterno abraço,

Marcelo Mello

Fragmentos de Appelo IX

“The people in your organization should want to change. And you can help them with that, by turning the environment into one that invites rather than subdues continuous change. Think of open spaces and movable desks, which make it easier for people to relocate to places that best suit their current projects. Think of job rotation, which makes people more flexible in their attitudes toward other people’s work. Think of occasional team member exchanges, and swapping management positions, so that people learn to work with different colleagues. And instead of people and jobs, you can also move projects around so that teams learn to adapt their practices to different projects. By institutionalizing continuous change of the environment in your organization, you create a culture of comfort despite uncertainty with people who can see opportunities and not only threats.”

Jurgen Appelo em “Management 3.0”, págs. 351-352.

Grande abraço,

Marcelo Mello

Fragmentos de Appelo VIII

“Whenever I speak of continuous improvement, I mean adaptation, anticipation, and exploration. Adaptation is reactive: responding to a change in environment. Anticipation is proactive: imagining a higher position on the landscape and moving in that direction. Exploration is interactive: doing something different just to experience what the effect is, and not because either the environment required it or because we imagined good results. Nonhuman systems improve only by responding to the environment (adaptation) and randomly trying things out (exploration). But social teams use their imagination to predict good results (anticipation). Continuous improvement covers all three approaches.”

Jurgen Appelo em “Management 3.0”, pág. 346.

Grande abraço,

Marcelo Mello

Fragmentos de Appelo VII

“What we need is a happy marriage of the formal hierarchical structure with the informal network structure. Management must acknowledge that information flows through the network and not through the hierarchy. This is not something to be blocked or controlled. Instead it must be nurtured. The hierarchy is needed for authorization; the network is needed for communication.”

Jurgen Appelo em “Management 3.0”, pág. 300.

Grande abraço,

Marcelo Mello