Empresa = Pessoa, por Gary Hamel, direto da revista HSM

Caríssimos,

primeiramente desculpem-me pelo longo tempo ausente deste espaço de criação e compartilhamento de conhecimento. A minha dissertação de mestrado tem me demandado substancial atenção e energia e o tempo acaba escapando mais rapidamente do que eu gostaria. De qualquer forma, aqui estou para compartilhar, sempre compartilhar…
Acabei de assinar a revista HSM Management e estou desfrutando da edição do bimestre Março/Abril. Já de início me deparei com uma entrevista de Gary Hamel, um dos pensadores de negócio mais influentes do mundo, autor do best-seller “O futuro da Administração” e professor de Gestão de Estratégia da London Business School, na qual ele fala com extrema propriedade sobre gestão na era da criatividade. Entre tantas afirmações inspiradoras, compartilho os dois trechos que mais me impactaram:

Se observarmos uma empresa como a Apple, por exemplo, o que você acha que mais importa para quem trabalha lá? Suas perguntas são assim: “Como unir a arte e tecnologia em algo que as pessoas adorem?” ou “Como construir uma empresa que mostre nossa paixão por construir coisas belas?”. E se prestarmos atenção à Whole Foods, veremos eles se perguntando: “Como fazer algo que reflita a profundidade do ser humano?” ou “Como eu construo uma empresa na qual você possa confiar?”. Essas pessoas jurídicas fazem perguntas de pessoas físicas, percebe? Agora, a maioria das empresas levanta uma questão bem diferente: “Como me certificar de que estou sendo zeloso, eficiente e operando com baixos custos?”. Nem todo mundo é o Steve Jobs, claro; ele é um em um milhão! Mas você não precisa ser. Precisa apenas humanizar o negócio.

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Se pretendem vencer no futuro, as organizações têm de encontrar maneiras de energizar as pessoas, para que não apliquem no trabalho apenas suas capacidades, mas também sua paixão e iniciativa. E o que lhes infunde esse compromisso mais profundo? A resposta certa é “alguma causa”, um objetivo maior do que o de fazer dinheiro, maior do que interesses individuais.

Gente ainda precisa encontrar sentido para as coisas – sempre precisará. O ser humano é assim, não adianta ignorar essa característica. Aliás, outras características humanas que não devem ser ignoradas são o desejo de ter alguma autonomia e o desejo de pertencer a uma comunidade, pequena, onde exista confiança.

A empresa deve estar comprometida com um propósito valioso. Foi o que disse Jack Welch recentemente, com uns 20 anos de atraso. Esse ícone da gestão admitiu publicamente que maximizar a riqueza do acionista como motivação primária é uma ideia estúpida. E ele tem razão.

extraído da revista HSM Management, edição Março/Abril 2010

Meus amigos, de fato nem todos são Steve Jobs ou Gary Hamel, mas o que importa é que é preciso apenas humanizar o negócio. É preciso apenas reconhecer o óbvio: que os negócios são construídos, mantidos, influenciados e fomentados por pessoas, seres humanos constituídos de uma complexa e mutante relação entre razão e emoção. Quando o fizermos, conseguiremos avançar significativamente rumo a concretização de um futuro que anseia por emergir.

grande abraço,

Marcelo Mello

4 comentários sobre “Empresa = Pessoa, por Gary Hamel, direto da revista HSM

  1. O que mais me agrada em ler este post e outros no seu blog é poder ver que suas atitudes são condizentes com suas palavras no que tange às práticas administrativas.
    Por favor continue assim, clareza, franqueza e valorização das pessoas sempre são muito importantes nos relacionamentos, sejam eles profissionais ou pessoais.

  2. Parabéns Marcelo, a visão de que não haverá sustentabilidade sem valorização das pessoas é a mais coerente entre todas as teorias atuais, pois são pessoas que analisam, ponderam e decidem os rumos das organizações.
    Abraços.Alceu

  3. Fernando, fico muito feliz que você veja coerência em minha atuação gerencial. Também fico feliz que você esteja usufruindo, em algum nível, das ideias compartilhadas neste blog. Grande abraço.

  4. Caro Alceu (também conhecido como meu querido pai), obrigado pela honra de sua visita e por seu comentário. Concordo que as organizações somente poderão alcançar vantagens competitivas sustentáveis por meio do investimento nas relações com as pessoas. O grande desafio reside em superar as questões políticas e os vícios estruturais que ainda prendem essas organizações a modelos ultrapassados e ineficientes. Abraço e continue por aqui contribuindo e enriquecendo nossas trocas de ideias. Grande abraço e saudades.

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