Caros amigos,
durante todo o tempo em que tenho utilizado este blog como um espaço de aprendizagem, compartilhamento de informações e fomento à criação de conhecimentos, em várias oportunidades mencionei a mudança como um aspecto sempre presente e de crescente importância, seja no contexto organizacional, seja no domínio pessoal.
Vivemos uma época ímpar da história, em que praticamente nada é estático ou permanente. Tudo está sendo sempre alterado, renovado, reorganizado, reinventado, evoluído, enfim, tudo muda, e muda em um ritmo quase alucinante. E neste ambiente em constante mutação, entendo que podemos adotar basicamente três posturas bem distintas: a resistência, a adaptação ou a liderança.
A resistência tem por característica principal o medo de se deixar para trás uma situação ou estrutura conhecida. Resistir, em muitos casos, parece ser a reação mais natural diante de uma situação de mudança, como que em um ato de preservação daquilo que já está conquistado e estabelecido, afinal, muitos acreditam que não é prudente trocar o “certo” pelo “duvidoso”. Contudo, a efervescência do mundo atual trás consigo uma tal carga de desafios, pessoais, profissionais e comunitários, para os quais a adoção de uma postura de resistência pode nos tornar incapazes de fazer frente. A resistência cega e indiscriminada às mudanças tende a nos tornar profissionais inefetivos, cidadãos alienados e pessoas infelizes.
Já a postura de adaptação requer uma destacada capacidade de resiliência, bem como uma abertura para o constante aprendizado. Adaptar-se não se restringe à mera aceitação do novo, mas demanda o desenvolvimento de outras competências, mais adequadas aos novos contextos e estruturas. Aliás, é fundamental ressaltar que a aprendizagem é, ao mesmo tempo, causa e consequência dos processos de mudança. Mudamos em função daquilo que aprendemos e podemos aprender muito com as mudanças que vivenciamos.
Por fim, uma postura de liderança em relação à mudança está relacionada à capacidade de influir no rumo dos acontecimentos, por meio da identificação de possibilidades de ação, da criação de novas possibilidades, da tomada de decisões e, sobretudo, da realização de ações, seja de forma individual, seja de forma coordenada como outros indivíduos.
Liderar o processo de mudança requer o exercício pleno do papel de protagonista de nossa história, o qual é indissociável da responsabilidade pela efetiva observação (e reflexão) dos fatos e consequente execução de ações em resposta a eles. Trata-se de um ciclo contínuo que tem por objetivo influir e guiar os processos de mudança na direção que julgamos ser a mais adequada.
Contudo, é bastante salutar a lembrança de que a vida é uma complexa teia de cenários e possibilidades, na qual as decisões não se limitam a escolhas simples e opções estanques. Me parece claro que no curso de nossas vidas, acabemos por lançar mão de todas as posturas acima, bem como de um mix delas. O que devemos ter em mente é a necessidade de uma constante reflexão sobre a postura que temos adotado diante das situações e os resultados que temos obtido com essa forma de agir.
Grande abraço,
Marcelo Mello
P.S.: escrevo este post em meio a um significativo processo de mudança pessoal. Depois de 10 anos vivendo em Brasília (DF) estou me mudando com minha família para Curitiba (PR). Acredito que tal mudança seja resultado das possibilidades que criamos e das ações que realizamos, e espero que possamos explorar plenamente as oportunidades de aprendizado e evolução que surgirão como resultado desse processo.