Caros amigos,
A ideia deste post é compartilhar com vocês uma breve resenha do livro “Source: The inner path of knowledge creation”, bem como algumas reflexões pessoais sobre esta instigante obra.
Desde que soube que Joseph Jaworski iria lançar um novo livro, fiquei bastante ansioso para saber o que este brilhante autor, que já havia nos brindado com valiosas distinções e insights poderosos em sua obra anterior (“Sincronicidade”, cuja resenha publiquei neste blog – clique aqui para ler), teria a nos dizer agora.
Tão logo o livro foi lançado, adquiri uma cópia em formato eletrônico (ebook) e mergulhei em uma experiência que realmente desafiou significativamente meus paradigmas.
“Source” não é, seguramente, uma obra que possa ser assimilada ou aceita com facilidade, e me arrisco a afirmar que sua compreensão, mesmo que parcial, requer um conjunto prévio de distinções que está longe de ser trivial. Ainda assim, mesmo para aqueles que eventualmente possuam tais distinções, as ideias propostas por Jaworski provavelmente irão a causar algum nível de estranheza e dúvida.
O livro, a exemplo do que já havia ocorrido com sua obra anterior, é escrito basicamente na forma de relatos acerca de experiências vivenciadas pelo autor ao longo de sua vida, desta feita, em uma jornada pessoal que tinha por objetivo responder a duas questões fundamentais: i) Qual a fonte de nossa capacidade para acessar o conhecimento de que necessitamos para agir em um dado momento? ii) Como podemos aprender a ativar tal capacidade, tanto individual quanto coletivamente?
O texto de Jaworski pode parecer, a primeira vista, um tanto o quanto místico e, de fato, a dimensão espiritual se faz presente nas ideias expostas pelo autor. Porém, os conceitos que suportam tais ideias são oriundos de trabalhos de grandes pesquisadores e estudiosos, sobretudo do renomado físico David Bohm, autor de livros como “On Dialogue” e “Wholeness and the Implicate Order”, entre vários outros.
O trabalho de Bohm está fundamentado, entre outras ideias, na premissa de que a base ou essência do Cosmos não é composta de partículas elementares, mas trata-se de puro processo, um fluído movimento do todo, ou seja, Bohm tinha plena convicção de que o Universo todo está intrinsecamente conectado. Para ele, os seres humanos possuem uma capacidade nata para a inteligência coletiva, podendo aprender e pensar juntos e assim coordenar ações de forma efetiva para a modelar o futuro.
Jaworki discorre sobre suas reflexões e descobertas a partir das conversas que manteve com o próprio Bohn, bem como com diversos outros cientistas e estudiosos que trabalharam com ele ou que formam de alguma forma influenciados por suas ideias.
Como resultado de sua longa e profunda jornada, Jaworski formulou quatro princípios que endereçam as questões fundamentais por ele apresentadas, a saber:
1. O universo possui uma característica aberta e emergente;
2. O universo é um todo indivisível; tanto o mundo material quanto a consciência fazem parte de um todo indivisível;
3. Existe uma Fonte criativa de infinito potencial no universo;
4. Os seres humanos podem aprender a criar a partir do infinito potencial da Fonte, desde que decidam seguir um disciplinado caminho rumo à auto-realização e ao amor, esta que é a mais poderosa energia no universo.
Não tenho aqui a pretensão de abordar todas as ideias e conceitos presentes neste livro, até mesmo porque, tenho que confessar, minha compreensão sobre vários deles ainda é parcial e limitada. Contudo, não tenho receio em afirmar que se trata de uma obra revolucionária e que se propõe a desbravar um território pouquíssimo explorado no campo da liderança e da ação humana.
Grande abraço,
Marcelo Mello